O que é Arte Naïf?
O desejo espontâneo de desenhar e pintar existe
desde os primórdios da civilização humana, sendo o seu mais reconhecido exemplo
as “pinturas rupestres”.
O termo Arte Naïf foi pela primeira vez utilizada,
no virar do século XIX, para identificar a obra de Henri Rousseau, pintor
autodidata admirado pela vanguarda artística dessa época, que incluía gênios
como Picasso, Matisse e Paul Gauguin, entre outros.
Com esta gênese, a Arte Naïf começou a afirmar-se
como uma corrente que aborda os contextos artísticos de modo espontâneo e com
plena liberdade estética e de expressão e os seus seguidores definem-na hoje
como “a arte livre de convenções”.
A Arte Naïf é concebida e produzida por artistas
sem preparação acadêmica específica e sem a “obrigação” de terem de utilizar
técnicas elaboradas e abordagens temáticas e cromáticas convencionais nos
trabalhos que executam. Isto não significa que não estudem e aperfeiçoem de
modo autodidático e experimental o desenvolvimento das suas obras, e não
implica que a exigência de qualidade das mesmas seja inferior.
A capacidade artística é um dom inato no ser humano e não existem técnicas, regras ou dogmas que, quando ele realmente está presente, lhe possam atrofiar qualidade e retirar valor.
A capacidade artística é um dom inato no ser humano e não existem técnicas, regras ou dogmas que, quando ele realmente está presente, lhe possam atrofiar qualidade e retirar valor.
A Arte Naïf não se enquadra também na designação de
Arte Popular, diferindo dela na medida em que se trata de um trabalho de
criação individual que apresenta peças artísticas únicas e originais.
Caracteriza-se em termos gerais por uma aparente
simplicidade e pela liberdade que o autor tem para relacionar ou desagregar, a
seu belo prazer, determinados elementos considerados formais; a inexistência de
perspectiva, a desregulação da composição, a irrealidade dos fatos ou a
aplicação de paletas de cores chocantes. A Arte Naïf exprime ainda, de um modo
geral, alegria, felicidade, espontaneidade e imaginários complexos, resultando,
às vezes, todo este conjunto numa beleza aparentemente desequilibrada, mas
sempre muito sugestiva.
Alguns críticos afirmam que, contrastando com os
“acadêmicos”, que pintam com o cérebro, os “ingênuos” pintam só com a alma.
Esta parece ser a verdadeira essência do Naïf, claramente o estilo de quem já
nasce com o dom de ser artista.
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